Foi realizado um estudo retrospectivo de 180 casos de carcinoma de colo uterino internados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, no período de 1984 a 1988, segundo variáveis pessoais e de tempo. Encontrou-se um aumento gradativo com o tempo e uma maior freqüência entre 35 e 60 anos de idade. Aproximadamente 51% das pacientes eram provenientes de outras cidades e estados. Verificou-se uma maior freqüência em multíparas e em mulheres que iniciaram sua vida sexual antes dos 20 anos. Grande parte das mulheres (45%) ainda não tinha tido a menopausa. As manifestações clínicas mais freqüentes foram sangramento genital irregular e dor em baixo ventre. A citopatologia evidenciou Papanicolaou de graus III em 60,5% dos casos. A proporção de carcinoma in situ (20,6%) foi pequena em relação aos estágios mais avançados IIb (31,6%), Ib (14,5%), e IIIa, IIIb e IV (18,9%), os quais, havendo uma orientação mais sistematizada de prevenção, podem ser encontrados com menor freqüência. A relação carcinoma invasor/carcinoma in situ foi de 2,52 no período de 1984 a 1986, aumentando para 4,75 entre 1987 e 1988, o que indica não terem sido atingidos níveis satisfatórios de prevenção da doença na cidade e na região no período estudado.
This is a retrospective survey of 180 cases of uterine cervical carcinoma in women admitted to the Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, from 1984 to 1988, with regard to personal and temporal factors. There was a gradual increase in frequency over time and a greater frequency among women from 35 to 60 years of age. Half of the women came from other cities and states. The conditions was more frequent in multiparous women and in women who initiated sexual intercourse before the age of 20. A major proportion of women (45.0 %) had not reached menopause. Genital bleeding and abdominal pain were the most frequent clinical manifestations. Cytopathological study revealed a percentage of 60.5 % of stages III and IV. There was a low frequency of in situ cancer (20.6 %), when compared to the frequency of more advanced stages (71.6 %). The proportion of advanced stages as compared to in situ cancer increased over time, which may indicate that an optimal level of prevention was far reality in this region during the study period.